quinta-feira, 28 de maio de 2009

Novos Senhores Feudais


Se usasse outro título, erraria completamente, pois se tiivesse usado aquele pensado "Os Novos Leopardos" teria cometido injustiça e revelado suprema ignorância sobre o personagem. Esses senhores feudais modernos são arremedos patéticos sem qualquer traço de nobreza, que mesmo o Leopardo já desprezava antes mesmo de conhecer.

Criados pela escolha eleitoral (escolha?), compõem classe a parte repleta de privilégios e poderes que sabem usar em proveito próprio e dos seus. Assim é a classe política e cada um de nós conhece a história de alguns deles.

Famílias conhecidas aqui no Paraná, por exemplo, começaram por volta de 1800, quando amealharam terras por algum serviço prestado ao império ou à incipiente república. Primeiro exploraram os recursos naturais mais à mão, como madeira e ouro, depois utilizaram a mão de obra escrava para explorar a terra, justificando essa "dívida social" que hoje imputam a todos nós. Formaram filhos que foram agraciados com cartórios e posições no judiciário e no executivo, sempre servindo ao poder pelo poder. Hoje transformam a venda de suas terras valorizadas em mandatos que financiam campanhas e garantem mais propriedades financiadas pela corrupção e escambo de vantagens que asseguram a continuação dos mandatos em todos os níveis do legislativo. Assim o maduro deputado é filho do velho senador e pai do promissor vereador, tudo bem arranjado nos feudos geográficos e nos currais eletrônicos.

Podem ser enumerados aos milhares, pois não escondem as relações e não negam as dinastias, orgulhando-se, até, da nobreza de que se julgam portadores. Assim, nossa atual geração é vassala dos que aí estão mandatários. como nossos pais foram vassalos dos pais deles e nossos filhos estão fadados a servir a seus filhos.

Tudo bem disfarçado, é claro, na ilusória "escolha" pelo voto.

Reflito na qualidade desses novos senhores, mais parecidos com gordas ratazanas do que com nobres felinos,sendo obrigado a discordar da frase mais porreta do livro "se quisermos que tudo fique como está. é preciso que tudo mude", pois as transformações trazidas pela democracia e pela república fez tudo degenerar.

A sucessão clara e natural, foi substituída pela obscura ascensão do mais ganancioso. O nobreza adquirida e cultivada foi transformada em ideologia vazia. O mérito inerente deu lugar ao oportunismo. Tudo mudou e nada mais foi o mesmo.
Gostar do livro, leva a entende-lo. Começo a entender quando me torno capaz de discordar.

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