quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Livro que me fez Chorar

Nunca pretendi ser intelectual. Não admito ficar limitado, perder o controle de mim ou ter opiniões definitivas, portanto posso ler qualquer coisa, não uso droga nenhuma e mudo constantemente.
Posso ler qualquer coisa, apenas respeitando minhas fases pessoais, o que pode significar um tempo sem ler nada, mas fico aberto a ler de tudo. Sempre foi assim.
Como não vivo de leitura, ou seja, não sou professor de literatura, nem escritor, nem editor ou trabalhador em qualquer coisa escrita ou falada, não tenho nenhum compromisso com o que se convencionou classificar como Literatura, seja lá o que isso implique. Sequer uso as coisas que leio para algum proveito pessoal, sempre cuidando na escolha das expressões que uso no dia-a-dia, simplificando para não parecer pedante. Sou apenas Leitor e leio exclusivamente por diversão - mesmo livros sérios.
Não me seduz a idéia de sair por aí citando autores respeitáveis, como não me esquivo em admitir que, sim!, li, adorei e recomendo o livro "A Hospedeira", de Stephenie Meyer. Provavelmente não vou encontrar livro melhor para ler no resto desse ano.
Dentre todos os livros, de todos os gêneros e em todas as classificações, alguns livros me alcançaram profundamente. Prendendo de forma irresistível até o fim, trazendo informações preciosas, emocionando um pouco ou bastante. Mas, qual me fez chorar?
Chorar de verdade, com lágrimas mesmo.
No sentido figurado, muitos causaram esse efeito. No sentido pleno e real só um.
O título dele é "O homem Que Vendeu a Lua" ou "The Man Who Sold the Moon", de Robert A. Heinlen.
Fico perguntando a razão de ter sido esse específico livro. Apenas um exemplar inexpressivo de não-literatura, do gênero Ficção Científica, de um autor mais notório por talvez ter sido o inspirador do assassino delirante Charles Mason através do seu outro livro "Estranho numa Terra Estranha".
Lembro que é sobre um sujeito, rico industrial americano, que invoca de querer ir à Lua. Para isso faz barbaridades, jogadas escusas, esforços extremos, para finalmente empatar toda sua fortuna num foguete para fazer a viagem. Quando estava tudo pronto, com os credores nos calcanhares (eram os anos 7o!), não deixaram ele embarcar por problemas de saúde. O final é barra pesada.

Fiz um poema, no final, que virou música, chama-se "O Velho Astronauta":
Enterrem meu corpo
Em solo lunar,
Ao lado da nave
Que me leva a sonhar.
*
Corri muitos mundos
De estranha luz estelar.
Amei outros seres
De outro sistema solar.
*
Me deixem bem fundo
De uma cratera lunar,
Onde possa, para sempre,
No espaço morar.
*
Sozinho no espaço,
Da glória dos homens falei,
Da vida na terra
Que eu nunca levei.
*
Ficar na menina
Dos olhos da Terra.
Na lua de prata pousar,
Quem me dera.
O livro me pegou. Não encontro nem motivos para indicar a leitura dele para qualquer outra pessoa. Só não houve nenhum outro que tivesse causado o mesmo efeito: Chorar sem vergonha.

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